quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Trajeto do metrô de Curitiba perde estações

24/10/2013 - Gazeta do Povo

(Veja infográfico abaixo) 

O novo projeto do metrô de Curitiba tem menos estações. Mesmo assim, é proporcionalmente mais otimista que o seu antecessor em relação à quantidade de passageiros que o sistema transportará nos próximos anos. As mudanças estão no projeto vencedor do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) – obtido com exclusividade pela Gazeta do Povo – e foram implantadas para viabilizar financeiramente a construção e a operação do novo modal de transporte da capital paranaense.

Segundo o projeto elaborado pela Triunfo Participações e Investimentos, o traçado da Linha 1 Azul terá 22 quilômetros - do CIC Sul até o Terminal Santa Cândida, com a exclusão de quatro estações e as paradas Morretes e Santa Catarina se transformaram em apenas uma.=x=x=x=

Pelo novo desenho, o metrô terá 16 estações ligando as zonas Sul e Norte da cidade – 11 a serem entregues até 2018 (CIC Sul até Rua das Flores), três até 2019 (Passeio Público, Alto da Glória e Terminal Cabral) e mais duas até 2020 (Boa Vista e Santa Cândida).

As mudanças, de acordo com o consórcio, ocorreram "para otimizar o posicionamento das estações, já que o projeto anterior apresentava uma distribuição irregular da demanda ao longo do traçado". Na proposta anterior, cinco das 21 estações recebiam juntas apenas 3,3% do fluxo diário de passageiros, enquanto outras oito concentravam mais de 80% da demanda.

Integração

Para aumentar o fluxo de passageiros no novo sistema, o projeto ainda prevê a modificação de itinerários de 14 linhas de ônibus e a exclusão de outras quatro. O objetivo é que estas linhas sirvam como alimentadores do metrô e não como concorrentes dele.

Com essas alterações, a expectativa é de que a demanda atual do eixo Norte-Sul (hoje feito via expresso BRT) cresça 52% após a implantação do metrô – passando dos atuais 249 mil passageiros por dia para 379 mil até 2020, atingindo quase 500 mil cinco anos depois.

Para o secretário municipal do Planejamento, Fábio Scatolin, a proposta tornou o investimento mais atrativo. "O mérito desse PMI é que ele adicionou uma demanda levando o projeto até o Terminal do Cabral, cobrindo melhor o investimento da iniciativa privada. Além disso, prevê de forma racional o compartilhamento dos modais [ônibus e metrô]".

O projeto do PMI e demais estudos sobre o metrô curitibano foram encaminhados ao Ministério das Cidades para tentar elevar o aporte de investimentos do governo federal na obra, estimada em R$ 4,6 bilhões. A expectativa é de que resposta saia em duas semanas para que o processo licitatório seja aberto ainda neste ano. Desse modo, as obras poderiam começar em 2014.

A versão original desta reportagem, publicada na edição desta quinta-feira da Gazeta do Povo, dizia que o trajeto do projeto do metrô de Curitiba teria sofrido uma redução. A informação não é correta a foi retificada na versão online da publicação.

União deve ampliar investimento no metrô em 70%

O governo federal deverá aportar, pelo menos, R$ 1,7 bilhão do seu orçamento para a construção do metrô curitibano. O valor é 70% superior ao anunciado há pouco mais de dois anos, quando o projeto ainda estava orçado em R$ 2,3 bilhões. A informação foi repassada à Gazeta do Povo por técnicos da Casa Civil – pasta chefiada pela paranaense Gleisi Hoffmann.

O anúncio oficial do investimento, entretanto, deverá ocorrer apenas quando Dilma Rousseff estiver na capital paranaense. Essa estratégia já foi adotada para a formalização de outros investimentos em mobilidade urbana em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre – capitais já contempladas com recursos provenientes do pacote de R$ 50 bilhões para o setor prometidos pela presidente.

Segundo documento obtido pela Gazeta do Povo, para chegar aos R$ 4,6 bilhões estimados para a construção do metrô, o governo federal sugere que a prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná aumentem seus aportes dos atuais R$ 750 milhões para 1,7 bilhão (veja infográfico). O valor, porém, não é individualizado para cada agente público local. Já à iniciativa privada caberia R$ 1,1 bilhão.

Porto Alegre

O possível novo valor proposto pelo governo federal ao metrô curitibano é parecido com o que foi oficialmente anunciado para o metrô de Porto Alegre. Lá, os governos federal e estadual entrarão com R$ 1,7 bilhão cada um, a prefeitura com R$ 1,3 bilhão – sendo R$ 690 milhões via financiamento e R$ 695 milhões para contrapartidas anuais e desapropriações. A iniciativa privada investirá mais R$ 1,3 bilhão.

"Temos uma ideia de que o Paraná receba algo parecido, mas eles [o governo federal] estão tendo que melhorar isso porque cada cidade e projeto têm suas particularidades", afirmou Fábio Scatolin, secretário municipal de Planejamento.

Orçamento

Prefeitura pede R$ 2,1 bi ao governo federal

Apesar do provável aumento do investimento federal no metrô de Curitiba, a prefeitura almeja um valor ainda maior da União: R$ 2,1 bilhões. A quantia foi solicitada junto com outros projetos de mobilidade urbana assim que a presidente Dilma Rousseff anunciou o incremento de R$ 50 bilhões para o setor.

No documento obtido pela Gazeta do Povo junto à Casa Civil, a administração municipal mostra que estaria disposta a aumentar sua participação no projeto – saindo dos R$ 450 milhões propostos na gestão anterior para R$ 650 milhões. A mesma quantia é atribuída ao governo estadual, que na proposta original se propunha a investir R$ 300 milhões no projeto. Nessa contraproposta municipal, a fatia que caberia à iniciativa privada seria de R$ 1,2 bilhão. 


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