domingo, 19 de janeiro de 2014

Pela 1ª vez, Curitiba vai realizar pesquisa de origem-destino

Amanda Audi

15/01/2014 - Gazeta do Povo

Prometido há anos, levantamento deve ser iniciado ainda em 2014 e custar R$ 6 milhões. Em São Paulo, por exemplo, estudo é feito decenalmente



Pela primeira vez, Curitiba vai fazer uma pesquisa de origem-destino, estudo que pode influenciar todo o transporte público da capital e que consta no projeto original do metrô curitibano. A pesquisa mede as necessidades de locomoção dos moradores da cidade, sejam de transporte coletivo ou veículo próprio, e é usada em grandes cidades de todo o mundo para basear as políticas públicas de transporte. Em São Paulo, por exemplo, pesquisa semelhante é feita a cada 10 anos.

O anúncio de que Curitiba pesquisaria a origem e destino de seus passageiros é antigo. A última novidade foi em março do ano passado, quando havia se iniciado o processo para licitação do projeto. Até agora ele ainda não saiu do papel. Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a iniciativa ainda está em fase inicial de descrição técnica, etapa anterior à licitação. O instituto afirma, porém, que a pesquisa deve ser iniciada ainda este ano pela Prefeitura de Curitiba.

Uma audiência pública para discutir a minuta e o lançamento do edital do metrô de Curitiba acontece nesta quarta-feira (15), no Salão de Atos do Parque Barigui, das 15h às 18h. Qualquer pessoa poderá dar sugestões ou opinar sobre o projeto do metrô na capital.

Ainda há poucas informações sobre como será feito o levantamento e quando serão divulgados os primeiros dados a partir dele. O Ippuc informou apenas que o custo total será de R$ 6 milhões, que seriam bancados pela prefeitura e recursos da Agência Francesa de Desenvolvimento. As demais informações, segundo o Ippuc, serão divulgadas "oportunamente". A prefeitura não se manifestou sobre o assunto e a Urbs comentou apenas que a pesquisa vai ser "ampla".

Projeto do metrô já foi definido
Mesmo sem a pesquisa, o projeto do metrô já está em andamento, financiado e com traçado praticamente definido. O estudo só deve dar resultados no fim deste ano ou em 2015. O metrô deve começar a funcionar em 2016.

Uma das partes do projeto inicial do metrô, o Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA-Rima), consta que a pesquisa origem-destino seria a "única" possibilidade confiável de inferir "quantos possíveis deslocamentos, hoje feitos com veículos privados, poderiam ser conquistados pelo metrô".

Isso significa que a pesquisa deveria ser uma das bases para orientar o traçado do metrô, já que mediria um número aproximado e confiável de pessoas que deixariam de andar de carro para pegar o coletivo. Com as respostas da pesquisa também é possível adaptar itinerários de ônibus, bem como a frequência deles, de modo a estimular o uso do transporte coletivo e aliviar o trânsito da capital.

As obras do metrô são divididas em duas fases. A primeira terá 17,3 km, ligará o CIC Sul ao Terminal do Cabral e começará a ser construída no segundo semestre do ano que vem. Já a segunda, que elevará a novo modal para 22 km, estendendo a linha original até o Terminal do Santa Cândida, não tem custo nem prazo definidos.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Leilão do metrô de Curitiba deve ocorrer em maio

10/01/2014 - Valor Econômico

A prefeitura de Curitiba colocou em consulta pública a minuta do edital de licitação para o esperado metrô da capital paranaense. O documento deverá ser lançado no fim de fevereiro e a expectativa é a expectativa é que o leilão ocorra em maio.

A licitação em modelo de parceria pública-privada será feita pela menor tarifa - o valor máximo foi estabelecido em R$ 2,54. Além disso, o consórcio ganhador receberá do poder público um aporte anual de R$ 30 milhões, atrelado a um índice de qualidade. Quanto melhor a prestação do serviço, mais o consórcio recebe.

Tudo somado, a receita máxima nos 35 anos de concessão é de R$ 12,2 bilhões. Outros R$ 611 milhões poderão ser arrecadados em receitas acessórias, como publicidade e a exploração de atividades comerciais.

"Estamos sendo procurados por representantes do mundo inteiro. Temos absoluta clareza de que as principais operadoras do Brasil e do mundo estão acompanhando esse projeto", afirmou o prefeito Gustavo Fruet (PDT).

A obra está orçada em R$ 4,57 bilhões. Do total, R$ 1,36 bilhão virá do setor privado, R$ 1,8 bilhão da União e o restante será bancado por Estado e município.

Pelo projeto inicial, a previsão era que a tarifa-teto fosse estipulada em R$ 2,71. No ano passado, porém, Fruet decidiu abrir um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) e chamar empresas interessadas a apresentar novos estudos.

O vencedor foi a Triunfo Participações, que propôs estender o traçado em mais 3,5 quilômetros. O trajeto, que apesar de curto, permitiria alcançar um bairro populoso da cidade, aumentando a demanda e reduzindo a tarifa. "Estamos tranquilos em acreditar que nesse nível de tarifa o projeto é viável e o setor privado não terá prejuízo", garantiu o secretário de Planejamento, Fábio Scatolin.

No dia 15 será feita uma audiência pública para discutir o edital. As obras devem começar no segundo semestre e a prefeitura espera a entrega da primeira etapa do metrô em quatro anos.

Estudado desde os anos 60, o projeto do metrô curitibano só começou a sair do papel depois dos protestos de junho do ano passado, que trouxeram a questão da mobilidade urbana para o centro da discussão.

Em outubro, a presidente Dilma Rousseff anunciou em Curitiba a liberação de recursos federais a fundo perdido para a obra e determinou que a Secretaria do Tesouro Nacional liberasse empréstimos para o Estado do Paraná cumprir sua parte.

O metrô curitibano terá 17,6 quilômetros - sendo mais de 15 quilômetros subterrâneos - e 14 estações. Ainda será discutido como será feita a integração com outros modais, como os ônibus, que tornaram Curitiba conhecida como modelo de eficiência, mas hoje operam no limite e são alvos de reclamações constantes da população.