quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Dinheiro novo para o metrô curitibano

30/10/2013 - Gazeta do Povo



Dois anos depois de liberar R$ 1 bilhão para o projeto do metrô curitibano, a presidente Dilma Rousseff voltou à capital paranaense ontem para anunciar um aporte maior para a primeira linha de trem subterrâneo de Curitiba. Os custos do projeto dobraram desde então, passando dos R$ 2,3 bilhões estimados em 2011 para R$ 4,568 bilhões neste ano. Agora, a promessa é que o metrô finalmente sairá da prancheta. No mesmo pacote, a União vai financiar também outras três obras em Curitiba. No total, destinará R$ 5,3 bilhões a intervenções de mobilidade no Paraná.

O acordo, que vinha sendo desenhado ao longo da última semana, foi oficializado em tom de aliança entre os governos federal, estadual e municipal. Os custos do metrô serão divididos da seguinte forma: a União vai bancar R$ 1,8 bilhão, a fundo perdido (sem necessidade de devolução), e financiar R$ 1,4 bilhão por meio de empréstimos (R$ 700 milhões à prefeitura e R$ 700 milhões ao governo do Paraná). Outros R$ 1,368 bilhão virão da iniciativa privada. "Essa obra que estamos anunciando hoje não só é factível, como vai começar. Eu acho que isso tem que ser comemorado", destacou a presidente.

A verba vai financiar os 17,5 quilômetros de metrô, ligando os bairros Cidade Industrial e Cabral. Segundo a prefeitura, o edital será lançado ainda neste ano e as obras começarão ainda no primeiro semestre do ano que vem. A implantação do modal deve durar cinco anos, com previsão de exploração por concessão de 30 anos.

"O futuro de Curitiba como cidade multimodal começa a ser escrito hoje, com este plano de mobilidade que trará o maior aporte de recursos que a cidade já recebeu durante 20 anos", comemorou o prefeito Gustavo Fruet (PDT).

Empréstimos

Prefeitura e governo do estado terão "condições diferenciadas" – nas palavras da presidente – para quitar os empréstimos que ajudarão a pagar a conta do metrô. A dívida poderá ser quitada em 30 anos, com cinco anos de carência. "Sem essa estrutura de financiamento, não conseguiríamos fazer uma obra deste porte. Existe financiamento adequado, senão seria insuportável", disse Dilma.

Revisão

Em outubro de 2011, a presidente já havia vindo a Curitiba especificamente para anunciar verbas para o metrô. Na ocasião, divulgou a liberação de R$ 1 bilhão para a obra. As contrapartidas de prefeitura e estado também era menores: respectivamente, R$ 435 milhões e R$ 300 milhões. Àquela época orçado em R$ 2,3 bilhões, o projeto inicial teve de passar por uma revisão. Uma comissão da prefeitura detectou falhas, como demanda superestimada e inadequação de métodos construtivos.

União libera mais R$ 408 milhões para Curitiba

Outros três projetos de mobilidade de Curitiba também vão receber recursos federais. Juntos, a Linha Verde, a ampliação da rede de linhas BRT e do novo anel da linha Inter 2 vão dividir R$ 408 milhões, liberados pela União, a fundo perdido. Ao longo das obras, o município deve entrar com uma contrapartida de cerca de R$ 200 milhões.

Segundo projeções da prefeitura, essas intervenções vão somar mais 68 quilômetros de canaletas ao sistema viário de Curitiba, que hoje tem cerca de 80 quilômetros. Outros 28 quilômetros de vias expressas devem passar por adequações, principalmente para permitir a passagem dos "Ligeirões". O pacote prevê ainda dez novos terminais no eixo Leste-Oeste, além da conclusão da Linha Verde, integrando a capital à região metropolitana.

A prefeitura vai divulgar o detalhamento dos projetos já nos próximos dias, estabelecendo um cronograma. Apesar disso, o prefeito Gustavo Fruet adiantou que as obras devem começar a ser executadas no início do ano que vem. A estimativa é de que o pacote seja concluído em um prazo de três anos.

São José dos Pinhais

O governo federal também destinou R$ 87 milhões, a fundo perdido, ao Paraná. Deste total, R$ 78 milhões vão bancar obras de alargamento, implantação de faixa preferencial de ônibus e 12 estações de transporte coletivo na Avenida Rui Barbosa, em São José dos Pinhais. Com o restante – R$ 8,78 milhões – o governo estadual pretende elaborar outros projetos de mobilidade do Paraná.

Gafe

Fruet chama biarticulado de Ligeirinho e confunde até a presidente

Durante seu discurso, o prefeito Gustavo Fruet confundiu o ônibus biarticulado, popularmente conhecido como expresso e impopularmente conhecido como BRT, com o ligeirinho – ônibus identificados pela cor prateada que trafegam em vias comuns, mas param apenas em estações-tubo e terminais. Sem corrigir o equívoco, o BRT passou a ser chamado de ligeirinho pelos falantes seguintes. Fruet chegou a presentear Dilma Rousseff com uma réplica do Ligeirinho – que, na verdade, era um biarticulado. Simpática, a presidente posou para fotos ao lado da miniatura do ônibus vermelho junto com os presidente da Urbs, Roberto Gregório; do Ippuc, Sérgio Pires; e da Câmara Municipal, Paulo Salamuni. Quando discursou, lembrou como o ex-prefeito Jaime Lerner foi importante ao criar os Ligeirinhos. Mas não foi só ela. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, embarcou na gafe e elogiou o ligeirinho, tão imitado em todo o mundo. O governador Beto Richa não tocou no assunto, e nem corrigiu.

 "Temos o menor custo por quilômetro [de metrô] entre as capitais brasileiras. E nós estamos em condições de, após a assinaturas dos contratos, imediatamente lançar os editais para, no primeiro semestre do ano que vem, começar as obras." - Gustavo Fruet (PDT), prefeito de Curitiba.

"Hoje, certamente, mais um grande avanço é garantido com essa união aqui celebrada, conseguindo materializar um sonho acalentado há muitos anos." - Beto Richa (PSDB), governador do estado.

"Nós, que vivemos no dia a dia das administrações, sabemos que aquilo que temos que cobrar é justamente isso: que as coisas aconteçam, que ocorram, que saiam do papel e que tenham efetividade." - Dilma Rousseff (PT), presidente da República.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Dilma anuncia pela 2ª vez recurso para mesma obra

29/10/2013 - O Estado de São Paulo

Em Curitiba, presidente põe petistas e tucanos no mesmo palanque e 'recicla' a verba federal para o metrô, que fora prometida em 2011

Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo - enviado especial

Curitiba - Em sua quarta viagem ao Paraná neste ano, a presidente Dilma Rousseff reuniu nesta terça-feira, 29, tucanos e petistas no mesmo palanque para anunciar, em Curitiba, investimentos em obras do metrô que já tinham sido prometidos em 2011, mas nunca saíram do papel. Em outubro daquele ano, a presidente organizou um grande evento no Parque Barigui, na região norte da capital, para dizer que o governo federal liberaria R$ 1 bilhão a fundo perdido (sem necessidade de devolução).

Geraldo Bubnia/Foto Arena
Esta é a quarta viagem da presidente ao Paraná
A obra estava orçada em R$ 2,25 bilhões e o então prefeito, Luciano Ducci (PSB) era aliado do governador tucano Beto Richa. Na ocasião, o ato foi interpretado no meio político paranaense como o lançamento informal da candidatura de Gleisi Hoffmann (PT), ministra-chefe da Casa Civil, ao governo do Estado.

Apesar do anúncio público, a presidente decidiu esperar até o fim das eleições municipais de 2012 para liberar os recursos. Ocorre que o novo prefeito, Gustavo Fruet (PDT), que era tucano, mas agora se aliou à presidente, recalculou o custo da obra e concluiu que seria preciso quase dobrar o orçamento, que saltou para R$ 4,6 bilhões.

Segundo a assessoria do Ministério das Cidades, a verba não foi liberada justamente porque houve um "redimensionamento" do projeto que exigiu uma "complementação" de recursos de todas as partes. A fatia do governo na obra saltou de R$ 1 bilhão para R$ 2 bilhões. O aumento justificaria o novo anúncio, diz o governo.

"Quando o governo fez o anúncio em 2011 o projeto era um, mas agora é outro. Naquela vez, ele foi feito de maneira apressada pela prefeitura e pelo governo estadual", explicou ao Estado o deputado paranaense André Vargas (PT), vice-presidente da Câmara e aliado de Gleisi. Segundo ele, não houve liberação de verbas em 2012 "porque não havia projeto".

A assessoria de imprensa do Planalto acrescenta que o novo projeto é bem mais ousado que o primeiro. A versão anterior tinha trilhos subterrâneos e aéreos (BRTs) e teria 14 km. A atual será subterrânea e terá 17 km.

A cerimônia de ontem foi marcada pelo tom ecumênico entre petistas e tucanos. "A sra. foi responsável pelo maior investimento em 20 anos (na capital)", disse Fruet a Dilma. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, ressaltou que o anúncio representava "o exercício da boa política". Richa celebrou "a consolidação de uma grande união".

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Metrô e empréstimos garantem investimentos de R$ 6,5 bi no Paraná

29/10/2013 - Gazeta do Povo

A negociação sobre a divisão de gastos com a construção do metrô de Curitiba deve abrir caminho para a liberação de mais sete empréstimos negociados pelo governo do Paraná. Ontem, o estado confirmou a proposta de tomar emprestado da União R$ 700 milhões para a obra, estimada em R$ 4,568 bilhões. Após a decisão, segundo informações do governo estadual, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) teria se comprometido a avalizar, dentro de uma semana, a contratação das demais operações de crédito, que somam R$ 3,248 bilhões.

O anúncio sobre o acordo financeiro para o metrô e outros quatro projetos de mobilidade urbana na capital e região metropolitana será feito hoje, em Curitiba, pela presidente Dilma Rousseff. O desfecho da negociação, que começou na quinta-feira passada e prosseguiu até ontem, também deve englobar uma contribuição maior da prefeitura. Município e União, contudo, não confirmaram suas participações exatas.

O governo federal vai custear cerca de R$ 3,3 bilhões do metrô (72% do total) e o outro R$ 1,268 bilhão (28%) deve ficar por conta do parceiro privado responsável pela construção e operação do sistema. Da parte da União, entre R$ 1,7 bilhão e R$ 2 bilhões serão liberados do orçamento-geral a fundo perdido (sem necessidade de devolução). Outros R$ 700 milhões serão emprestados via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao governo do estado, que assim dobra a sua participação no projeto (antes havia a garantia de R$ 300 milhões), e entre R$ 600 milhões e R$ 900 milhões para a prefeitura.

Negociação

Até ontem, o principal entrave era a contribuição que caberia ao governo estadual. A situação se resolveu após telefonemas, à noite, da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, para o governador Beto Richa. De acordo com a secretária estadual da Fazenda, Jozélia Broliani, Augustin garantiu que os sete empréstimos que já estão na STN serão liberados em uma semana – o do metrô ainda não começou a tramitar no órgão. "Isso [o empréstimo para o metrô] agilizou o processo, embora o estado já tenha cumprido os requisitos legais exigidos há muito tempo", afirmou Jozélia.

Os empréstimos começaram a ser negociados pela gestão Richa em 2011 e os entraves à liberação estavam ligados a problemas no caixa estadual detectados pela STN, como excesso de gastos com pessoal e pendências no Cadastro Único de Convênios da União (Cauc). Todas essas questões, de acordo com a secretária, foram resolvidas.

A reportagem tentou entrevistar Augustin, via assessoria de imprensa da STN, mas não obteve retorno.

Prefeitura pode lançar edital do trem subterrâneo ainda neste ano

Mais de dez anos depois da contratação dos primeiros estudos para a construção do metrô em Curitiba, o projeto deve finalmente deslanchar no ano que vem. Com o anúncio da liberação dos recursos, a expectativa da prefeitura é lançar o edital de execução da obra até o final deste ano. O modal será implantado entre cinco e seis anos, com previsão de exploração por concessão de 30 anos.

O prefeito Gustavo Fruet (PDT) destacou que uma das principais preocupações é elaborar um edital claro, de forma a transmitir segurança à iniciativa privada. Por causa disso, o município deve se esmerar na transparência, detalhando cada passo do pagamento do empréstimo do governo federal.

"Isso vai ter que ficar muito claro no edital, porque vai ter participação da iniciativa privada. E a iniciativa privada só entra no processo se tudo estiver muito claro", disse. Fruet preferiu não adiantar de quanto será a participação da prefeitura no projeto.

No total, o metrô terá 22 quilômetros de extensão, mas a verba liberada financiará apenas a primeira etapa do projeto: os 17,6 quilômetros, entre os bairros CIC e Cabral, totalizando 13 pontos de parada, entre estações e terminais.

Outras obras

O governo federal deve anunciar verbas para outras três obras de mobilidade na capital paranaense e uma na região metropolitana. Para Curitiba, devem sair recursos para a conclusão da Linha Verde Norte, para a ampliação da linha Inter 2 e para o remodelamento de linhas de ônibus BRT.

Juntos, os projetos iniciais dessas três obras somam mais de R$ 1 bilhão. A expectativa, no entanto, é que a verba liberada para elas fique perto da metade deste valor. Por isso, os projetos devem sofrer alterações, se adequando ao orçamento. "São modais complementares, que fazem parte do nosso projeto para melhorar o sistema atual, principalmente o BRT e a Linha Verde", observou o prefeito.

São José dos Pinhais também deve ser contemplado com verbas para um projeto de mobilidade: a integração da Avenida Rui Barbosa com a BR-277, com implantação de faixa exclusiva para ônibus. Os recursos para esta obra devem ser de R$ 84 milhões – R$ 42 milhões da União e R$ 42 milhões em empréstimos ao governo do estado.

Autorização

Quatro financiamentos internacionais dependem ainda de aval do Senado

Quatro empréstimos solicitados pelo governo do Paraná em análise na Secretaria do Tesouro Nacional (STN) estão sendo negociados com bancos internacionais e, por isso, precisam também da autorização do Senado. O único que já passou pelo Legislativo, em março, foi um empréstimo de US$ 350 milhões (R$ 763 milhões) do Banco Mundial, que prevê investimentos em agricultura, educação, saúde e meio ambiente. Desde a decisão parlamentar, porém, o desfecho segue pendente de uma última apreciação do STN.

Fora o empréstimo do metrô, ainda devem chegar ao órgão federal nas próximas semanas mais duas operações em fase de negociação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – R$ 890 milhões para construção de estradas que passam por municípios pobres do interior e R$ 327 milhões para o financiamento de ações de infraestrutura em cidades do interior. A liberação delas, no entanto, deve ficar para o ano que vem. (AG)

Opinião

Prioridade para o desenvolvimento

Menos de uma semana atrás, um editorial da Gazeta do Povo terminava com as seguintes palavras: "Para uma pessoa de visão, não importa quem aparecerá na foto da inauguração de uma grande obra de infraestrutura: o que importa é ter uma foto para tirar". Na ocasião, comentávamos a audiência pública em que o governo federal ouviu as sugestões do governo estadual e da sociedade civil organizada para as melhorias no Porto de Paranaguá. O anúncio de hoje é uma oportunidade de retomar este raciocínio, já que são praticamente os mesmos atores envolvidos nas negociações que devem destravar tanto o metrô de Curitiba quanto a liberação de empréstimos para o governo estadual.

Quando os dois lados colocam todas as suas forças na disputa pela paternidade da criança bonita, é o Paraná inteiro que perde – e, no fim, ninguém tem nada de bom para mostrar. Por outro lado, as negociações em torno do porto de Paranaguá e do metrô de Curitiba demonstram que é possível colocar de lado diferenças partidárias em benefício do estado.

Sabemos muito bem que o cenário eleitoral de 2014 colocará de lados opostos os governos estadual e federal, e que a campanha, ainda que não formalmente, já está lançada; mas a disputa pelo Palácio Iguaçu não pode contaminar o entendimento que traz ao Paraná as grandes obras de infraestrutura. No caso do metrô, felizmente isso não aconteceu.

INFOGRÁFICO: Confira a engenharia financeira do metrô e demais empréstimos pedidos pelo governo do PR,

Dilma anuncia investimento de R$ 5,3 bilhões no transporte coletivo de Curitiba

29/10/2013 - Agência Brasil, Mariana Tokarnia

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (29) o investimento de R$ 5,3 bilhões no transporte coletivo de Curitiba e da região metropolitana. Os recursos serão investidos em conjunto com os governos estaduais e municipais. A parcela federal faz parte dos R$ 50 bilhões destinados à mobilidade urbana contidos nos cinco pactos firmados pela presidenta para atender às reivindicações das manifestações de junho e julho deste ano.

O transporte urbano, disse a presidenta, "é uma questão essencial, porque diz respeito à vida das pessoas, não é só a qualidade e a segurança no transporte, mas quantidade de tempo que as pessoas gastam no transporte público do trabalho para a casa e de casa para o trabalho e a quantidade de tempo que as crianças e os jovens gastam para ir e voltar da escola".

Dilma destacou que, em Curitiba, a maior parte dos recursos, R$ 4,56 bilhões, será investida na construção do metrô, com 17,6 quilômetros de extensão. Desses recursos, R$ 1,8 bilhão será do Orçamento Geral da União. Mais R$ 1,4 bilhão serão financiados em condições privilegiadas, com 30 anos de amortização, cinco anos de carência e juros subsidiados.

O governo, segundo Dilma, é o primeiro a oferecer financiamentos desse tipo. "Isso explica por que, durante muito tempo, não se fez metrô neste país, porque não tinha linha de financiamento do governo federal". Mais cidades também serão beneficiadas com investimentos em metrô: Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Porto Alegre.

"Nossa prioridade é garantir qualidade ao sistema e gerar incentivos para que a população deixe o carro em casa e passe a usar o transporte coletivo e, com isso, todos nós vamos ganhar tempo para as nossas vidas".

A presidenta voltou a falar do andamento de outros dois pactos: para a educação e a saúde. Sobre o Programa Mais Médicos serão, até o final do mês, 3,5 mil médicos atendendo em todo o país, beneficiando cerca de 47 milhões de brasileiros.

Sobre a educação, a presidenta voltou a falar da importância da licitação de Libra. Segundo a presidenta, 75% dos recursos do petróleo gerados por Libra seão destinados ao governo federal, aos estaduais e municipais. Os recursos de Libra, somados aos royalties e a 75% da metade do Fundo Social do Pré-Sal, "que no mínimo estará em torno de R$ 600 bilhões, R$ 700 bilhões. Isso conduzirá a uma receita permanente e constante deste país para investir em educação". Ela disse que o poço já havia sido licitado no passado, mas que não chegou a ser explorado, "pararam a 1,5 mil metros antes de achar [a área do pré-sal], para a sorte do Brasil e dos brasileiros".

A presidenta segue agora para Foz do Iguaçu (PR), onde vai inaugurar uma linha de transmissão na subestação de energia da margem direita de Itaipu Binacional. "Esta linha de transmissão cobrirá 25% da demanda por eletricidade do Paraguai, ampliando industrialização, investimentos e geração de riqueza", escreveu no Twitter.

Edição: Fábio Massalli

Dilma anuncia investimentos no metrô de Curitiba

29/10/2013 - Agência Estado

EQUIPE AE - Agência Estado
A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira, 29,em seu Twitter um investimento, em parceria com o governo do Paraná, de R$ 4,56 bilhões para a construção do metrô de Curitiba. Segundo a presidente, o governo federal vai investir R$ 1,8 bilhão na obra e emprestará, "em condições privilegiadas", mais R$ 1,4 bilhão. Segundo Dilma, o financiamento terá cinco anos de carência e 30 anos para a amortização.

A presidente, que viaja daqui a pouco, às 12h30, para Curitiba, afirmou que a cidade é "símbolo de inovações" no transporte coletivo. "Mas as cidades crescem e também Curitiba precisa de novo salto", completou. Os recursos anunciados por Dilma fazem parte da segunda fase da Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Primeira fase do metrô de Curitiba é estendida até o terminal do Cabral

25/10/2013 - Bem Paraná

A extensão total da Linha Azul, entre a CIC e o bairro Santa Cândida, será de 22 km. Trecho até o Cabral está previsto para conclusão em 2019

Primeira fase do metrô terá 17,6 km entre a CIC e
Primeira fase do metrô terá 17,6 km entre a CIC e
Fase 1 do metrô: 17,6 km, da CIC ao Cabral
créditos: Divulgação
 
A primeira fase do metrô de Curitiba terá 17,6 km, entre a CIC e o terminal do Cabral. O traçado, previsto no estudo elaborado pelo grupo Triunfo Participações, vencedor do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) aberto pela Prefeitura, é 3,6 km mais extenso que o do projeto anterior, pelo qual a primeira fase ia apenas até a Rua das Flores. A extensão total da Linha Azul, entre a CIC e o bairro Santa Cândida, será de 22 km.
 
De acordo com o estudo da Triunfo Participações, a conclusão do trecho até o Cabral está prevista para 2019. Porém, em 2018 o metrô já começa a operar até a Rua das Flores. A continuação da linha até o Terminal da Santa Cândida poderá ser realizada numa segunda etapa, que exigirá outra licitação e nova busca de financiamento.
 
Na primeira fase, o metrô terá 14 estações. Mais duas serão implantadas caso a segunda fase seja executada, totalizando 16 estações. O número foi definido a partir de estudos de demanda de passageiros, de forma a otimizar a estrutura do metrô.
 
O projeto original do metrô de Curitiba foi desenvolvido a partir de 2009, pelo Consórcio Novo Modal. Por ele, o metrô seria construído em duas etapas independentes. A primeira previa uma linha entre as estações CIC-Sul e a Rua das Flores, num trecho de 14,2 quilômetros. A segunda etapa, até o Terminal da Santa Cândida.
 
Em 2013, já sob a gestão do prefeito Gustavo Fruet, constituiu-se uma Comissão de Revisão do Metrô, com objetivo de reavaliar o projeto e apresentar um parecer técnico e econômico-financeiro, visando orientar as definições do governo municipal.

A Comissão de Revisão concluiu que o projeto original não poderia ser implementado, pois o orçamento, de R$ 2,3 bilhões, estava subavaliado e a demanda de passageiros subestimada, entre outras inconsistências.
 
Em maio deste ano, a Prefeitura decidiu lançar a PMI, em busca de estudos mais aprofundados que pudessem complementar o plano inicial. Paralelamente, abriu-se negociação com o governo federal para a liberação de mais R$ 2,1 bilhões para as obras, orçadas em R$ 4,5 bilhões pelo estudo do grupo Triunfo Participações.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Trajeto do metrô de Curitiba perde estações

24/10/2013 - Gazeta do Povo

(Veja infográfico abaixo) 

O novo projeto do metrô de Curitiba tem menos estações. Mesmo assim, é proporcionalmente mais otimista que o seu antecessor em relação à quantidade de passageiros que o sistema transportará nos próximos anos. As mudanças estão no projeto vencedor do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) – obtido com exclusividade pela Gazeta do Povo – e foram implantadas para viabilizar financeiramente a construção e a operação do novo modal de transporte da capital paranaense.

Segundo o projeto elaborado pela Triunfo Participações e Investimentos, o traçado da Linha 1 Azul terá 22 quilômetros - do CIC Sul até o Terminal Santa Cândida, com a exclusão de quatro estações e as paradas Morretes e Santa Catarina se transformaram em apenas uma.=x=x=x=

Pelo novo desenho, o metrô terá 16 estações ligando as zonas Sul e Norte da cidade – 11 a serem entregues até 2018 (CIC Sul até Rua das Flores), três até 2019 (Passeio Público, Alto da Glória e Terminal Cabral) e mais duas até 2020 (Boa Vista e Santa Cândida).

As mudanças, de acordo com o consórcio, ocorreram "para otimizar o posicionamento das estações, já que o projeto anterior apresentava uma distribuição irregular da demanda ao longo do traçado". Na proposta anterior, cinco das 21 estações recebiam juntas apenas 3,3% do fluxo diário de passageiros, enquanto outras oito concentravam mais de 80% da demanda.

Integração

Para aumentar o fluxo de passageiros no novo sistema, o projeto ainda prevê a modificação de itinerários de 14 linhas de ônibus e a exclusão de outras quatro. O objetivo é que estas linhas sirvam como alimentadores do metrô e não como concorrentes dele.

Com essas alterações, a expectativa é de que a demanda atual do eixo Norte-Sul (hoje feito via expresso BRT) cresça 52% após a implantação do metrô – passando dos atuais 249 mil passageiros por dia para 379 mil até 2020, atingindo quase 500 mil cinco anos depois.

Para o secretário municipal do Planejamento, Fábio Scatolin, a proposta tornou o investimento mais atrativo. "O mérito desse PMI é que ele adicionou uma demanda levando o projeto até o Terminal do Cabral, cobrindo melhor o investimento da iniciativa privada. Além disso, prevê de forma racional o compartilhamento dos modais [ônibus e metrô]".

O projeto do PMI e demais estudos sobre o metrô curitibano foram encaminhados ao Ministério das Cidades para tentar elevar o aporte de investimentos do governo federal na obra, estimada em R$ 4,6 bilhões. A expectativa é de que resposta saia em duas semanas para que o processo licitatório seja aberto ainda neste ano. Desse modo, as obras poderiam começar em 2014.

A versão original desta reportagem, publicada na edição desta quinta-feira da Gazeta do Povo, dizia que o trajeto do projeto do metrô de Curitiba teria sofrido uma redução. A informação não é correta a foi retificada na versão online da publicação.

União deve ampliar investimento no metrô em 70%

O governo federal deverá aportar, pelo menos, R$ 1,7 bilhão do seu orçamento para a construção do metrô curitibano. O valor é 70% superior ao anunciado há pouco mais de dois anos, quando o projeto ainda estava orçado em R$ 2,3 bilhões. A informação foi repassada à Gazeta do Povo por técnicos da Casa Civil – pasta chefiada pela paranaense Gleisi Hoffmann.

O anúncio oficial do investimento, entretanto, deverá ocorrer apenas quando Dilma Rousseff estiver na capital paranaense. Essa estratégia já foi adotada para a formalização de outros investimentos em mobilidade urbana em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre – capitais já contempladas com recursos provenientes do pacote de R$ 50 bilhões para o setor prometidos pela presidente.

Segundo documento obtido pela Gazeta do Povo, para chegar aos R$ 4,6 bilhões estimados para a construção do metrô, o governo federal sugere que a prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná aumentem seus aportes dos atuais R$ 750 milhões para 1,7 bilhão (veja infográfico). O valor, porém, não é individualizado para cada agente público local. Já à iniciativa privada caberia R$ 1,1 bilhão.

Porto Alegre

O possível novo valor proposto pelo governo federal ao metrô curitibano é parecido com o que foi oficialmente anunciado para o metrô de Porto Alegre. Lá, os governos federal e estadual entrarão com R$ 1,7 bilhão cada um, a prefeitura com R$ 1,3 bilhão – sendo R$ 690 milhões via financiamento e R$ 695 milhões para contrapartidas anuais e desapropriações. A iniciativa privada investirá mais R$ 1,3 bilhão.

"Temos uma ideia de que o Paraná receba algo parecido, mas eles [o governo federal] estão tendo que melhorar isso porque cada cidade e projeto têm suas particularidades", afirmou Fábio Scatolin, secretário municipal de Planejamento.

Orçamento

Prefeitura pede R$ 2,1 bi ao governo federal

Apesar do provável aumento do investimento federal no metrô de Curitiba, a prefeitura almeja um valor ainda maior da União: R$ 2,1 bilhões. A quantia foi solicitada junto com outros projetos de mobilidade urbana assim que a presidente Dilma Rousseff anunciou o incremento de R$ 50 bilhões para o setor.

No documento obtido pela Gazeta do Povo junto à Casa Civil, a administração municipal mostra que estaria disposta a aumentar sua participação no projeto – saindo dos R$ 450 milhões propostos na gestão anterior para R$ 650 milhões. A mesma quantia é atribuída ao governo estadual, que na proposta original se propunha a investir R$ 300 milhões no projeto. Nessa contraproposta municipal, a fatia que caberia à iniciativa privada seria de R$ 1,2 bilhão. 


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Prefeitura de Curitiba cria comissão para revisar projeto do metrô

14/10/2013 - G1

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), criou, nesta segunda-feira (14), uma comissão para revisar o projeto do metrô, que deve ser construído na cidade nos próximos anos. Com recursos liberados pelo governo federal, a obra deve custar mais de R$ 2,3 bilhões. 

Participam da comissão, os secretários de Governo, Planejamento e Gestão, Administração e Trânsito, além dos diretores do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), da URBS e o procurador-geral do município. O prefeito também convidou para participar da comissão os responsáveis pela elaboração do atual projeto. 

Aprovado pela última gestão, o projeto foi criticado pelo atual prefeito, quando ainda estava em campanha. Na época, Fruet defendeu que a licitação para o início das obras deveria ser adiada por mais um ano. Nesse tempo, o projeto apresentado, que substituiria uma das atuais canaletas de ônibus da cidade, seria discutido pela população. 

A maior parte das verbas virá do governo federal, que já liberou R$ 1 bilhão, a fundo perdido, ou seja, sem a necessidade de pagamento por parte da prefeitura ou do governo do estado. O restante dos recursos ficou a cargo do município e da administração estadual. Outros 26% dos recursos deverão ser investidos pelo consórcio que vencer a licitação. A empresa terá o direito de explorar o serviço, até que sejam pagos os valores referentes ao investimento.

Fonte: G1
Publicada em:: 14/01/2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Metrô custará 28% a mais do que o previsto

28/06/2013 - Gazeta do Povo

O projeto do metrô de Curitiba deverá custar mais de R$ 3 bilhões – pelo menos 28% a mais do que o previsto pela gestão do ex-prefeito Luciano Ducci. A nova estimativa foi apresentada ontem, pelo secretário municipal de Gestão e Planejamento, Fábio Scatolin, durante simpósio organizado pelo CREA-PR. Para bancar o custo adicional, a administração do prefeito Gustavo Fruet não nega que poderá buscar novos recursos federais para a obra.

"O preço será algo próximo da Linha Lilás de São Paulo. Estamos estimando algo em torno de R$ 3 bilhões para a primeira fase. Mas não tenho dados precisos ainda, pois isso é o mercado quem vai dizer", afirmou Scatolin.

A primeira fase do projeto do metrô de Curitiba, que ligaria o CIC Sul à futura Estação Rua das Flores, estava orçada em 2,34 bilhões. Esse valor será dividido entre os governos federal e estadual (R$ 1 bilhão e R$ 300 milhões), prefeitura (R$ 82 milhões) e iniciativa privada (R$ 949 milhões). O acréscimo estimado pela prefeitura poderá ser buscado junto ao governo federal.

"Após os protestos, houve o anúncio da presidente de mais investimentos em mobilidade urbana. Não posso afirmar onde especificamente esse dinheiro será utilizado, mas o prefeito está atento e esperamos algo para projetos de metrô", afirmou o secretário.

O novo custo ainda será confirmado pela Comissão de Revisão do Projeto do Metrô de Curitiba, que receberá até o próximo dia 12 de agosto Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMI) – instrumento é previsto pela Lei de Parceria Público Privada (PPP) e pelo qual as empresas manifestarão desejo em participar da concorrência.

Até o momento, nenhum projeto foi apresentado. Scatolin garante que isso não é um problema. "A ideia é receber ao final, não no meio do caminho. Quero, pelo menos, um projeto, que precisará ser bem feito para nos capacitarmos em direção à licitação", afirmou.

Curitiba tem até o dia 30 de agosto deste ano para garantir o aporte de R$ 1 bilhão do governo federal para o projeto de metrô. Esse é o prazo para que a administração municipal dê o sinal verde de que fará a obra, garantindo que os recursos sejam incluídos na Lei Orçamentária Anual federal.

Fonte: Gazeta do Povo
Publicada em:: 28/06/2013

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Mesmo com aporte, Curitiba tem só 40% da verba do metrô

26/09/2013 - Gazeta do Povo

Apesar de ter assegurado duas linhas de financiamento que somam R$ 750 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Eco nômico e Social (BNDES) e mais R$ 1 bilhão via investimento direto do governo federal, a prefeitura de Curitiba conseguiu garantir apenas 40% do total do custo estimado para construção do metrô. Para chegar aos R$ 5 bilhões necessários, a administração municipal ainda espera pela definição do modelo de Parceria Público-Privada (PPP) e por um novo aporte da União.

A parceria com a iniciativa privada poderá garantir um investimento adicional de R$ 900 milhões na obra. O recurso seria aplicado inicialmente pela empresa vencedora da licitação para operação do metrô, que o receberia de volta em 30 anos em forma de contraprestações anuais a serem pagas pela prefeitura. Segundo Fábio Scatolin, secretário municipal do Planejamento, esse valor não entrará na dívida municipal e os pagamentos seriam condicionados à prestação do serviço com qualidade. "Se esse for o caso, a prefeitura alocará R$ 30 milhões por ano do orçamento, desde que sejam cumpridos indicadores como tempo mínimo de espera", disse.

Na busca pelos R$ 3 bilhões que faltam para construir o trecho que ligará a CIC ao centro curitibano, a administração aguarda sinalização do governo federal sobre os 2,1 bilhões que foram pedidos em julho, após a presidente Dilma Rousseff anunciar investimento adicional de R$ 50 bilhões em mobilidade urbana em resposta aos protestos. O Ministério das Cidades diz que se pronunciará sobre o pedido no mês que vem.

Assim como Curitiba, Porto Alegre também pediu pouco mais de R$ 2 bilhões adicionais para construção do seu metrô. Na semana passada, porém, Dilma deu um banho de água fria no pleito gaúcho durante visita ao estado vizinho. "Se eu ficar dando recursos a fundo perdido para todo mundo, não vou ter fundo perdido para dar", disse, em entrevista à imprensa gaúcha.

Logo após a declaração da presidente, o prefeito de Porto Alegre José Fortunatti (PDT) disse que não pretende comprometer o orçamento da cidade com mais de 30% do valor da obra. O endividamento da capital gaúcha fechou 2012 em R$ 849 milhões, abaixo do limite legal de 1,2 vez a receita liquida corrente, assim como o de Curitiba – que ficou em R$ 524 milhões em 2012, o equivalente a 9% da sua receita.

Carlos Magno Bitten court, professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), sugere que novas dívidas para o metrô fiquem atreladas a modelos equilibrados de empréstimos. "Pode ser que o valor entre na conta da cidade ao longo da concessão da obra, assim como os juros. Se for empréstimo do BNDES, o dinheiro vem com juros baixos para um projeto que terá efeito multiplicador sobre a economia de todo o estado", afirma.

Empréstimos do BNDES podem ser contratados a qualquer momento

Os financiamentos do BNDES que somam R$ 750 milhões estão disponíveis para o metrô curitibano desde que o governo federal anunciou a injeção de R$ 1 bilhão do seu orçamento na obra. São dois limites diferentes, um de R$ 300 milhões para o governo estadual e outro de R$ 450 milhões para o municipal. Ambos são descontigenciados, ou seja, fora do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, podendo ser contratados a qualquer momento.

Um terceiro financiamento voltado à iniciativa privada via BNDES não é descartado. Essa alternativa, porém, ainda depende da conclusão do projeto básico do metrô, que será encaminhado pela prefeitura ao Ministério das Cidades até o próximo dia 30 de outubro. Os valores envolvidos também ficam condicionados à proposta e às condições apresentadas à autarquia dentro da PPP elaborada para o projeto.

Projeto final será enviado até 30 de outubro

A prefeitura de Curitiba deverá concluir hoje a análise dos três projetos encaminhados pela iniciativa privada e da proposta do Movimento Passe Livre, todos entregues à administração municipal por meio do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Com base nessa avaliação, um projeto básico será levado ao Ministério das Cidades até o dia 30 de outubro.

"Ainda estamos em negociação para formatar a modelagem que definirá de quanto será o aporte municipal e da iniciativa privada e estamos esperando o recurso do governo federal, que deverá se pronunciar neste mês. Paralelo a isso, vamos entregar o projeto básico", afirmou Fábio Scatolin, secretário do Planejamento.

Lacunas

Em janeiro, logo que assumiu a prefeitura, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) criou a Comissão de Revisão do Projeto do Metrô.

A análise inicial era de que o projeto anterior, orçado em R$ 2,34 bilhões, continha lacunas, como não contemplar a construção de algumas fases da obra pelo método Shield, o famoso "tatuzão", que é mais rápido e apropriado para longas escavações, interferindo menos na superfície. A última ação adotada pela comissão foi lançar mão do PMI.

Financiamento

Dilma anunciou destino de 12% da verba disponibilizada após protestos

Os pedidos de Curitiba e Porto Alegre para seus metrôs foram oficializados quando prefeituras e governos estaduais foram convidados a enviar propostas para concorrer a parte dos R$ 50 bilhões prometidos por Dilma Rousseff ao setor em resposta à onda de protestos que tomou o país no último mês de junho. Além delas, outras 19 cidades também entregaram projetos ao Ministério das Cidades naquela ocasião.

Até o momento, a presidente anunciou o destino de 12% dos R$ 50 bilhões prometidos. São Paulo foi contemplada com R$ 3 bilhões para a construção de 99 quilômetros de corredores de ônibus, mesma finalidade que rendeu R$ 792,8 milhões para a região do ABC paulista. Já o Rio de Janeiro receberá R$ 2,6 bilhões para o setor de mobilidade urbana, sendo a maior parcela (R$ 2,57 bilhões) para a obra do monotrilho para o trecho Niterói-São Gonçalo-Itaboraí.

INFOGRÁFICO: Veja a engenharia financeira

domingo, 13 de outubro de 2013

Fora do eixo Rio-SP, metrôs empacam

12/10/2013 - Folha de SP

Leia: Impactos à saúde são motivo para mudar sistema

Há exatos 150 anos, Londres inaugurava a primeira linha de metrô do mundo e uma nova era para o transporte de massa das metrópoles.  

Passado tanto tempo, a modalidade ainda é a solução mais indicada para grandes concentrações urbanas, mas engatinha nas principais capitais brasileiras.

Ao menos seis cidades do país possuem metrô, que, somados, chegam a 254 km --número que pode variar, pois algumas delas consideram trens urbanos como metrôs.

De qualquer forma, é bem menos, por exemplo, do que a capital inglesa (402 km) e Nova York (368 km).

Fora São Paulo e Rio --que, embora tenham redes insuficientes, devem dobrá-las nos próximos anos-- os projetos em curso empacaram.

Porto Alegre, Salvador e Curitiba, que juntas têm 6,2 milhões de habitantes, vivem um roteiro parecido, com idas e vindas de projetos e dificuldades de financiamento.

Na capital gaúcha, o custo estimado para a construção é de R$ 5 bilhões --mais do que o gasto com os estádios da Copa, já prontos. O valor se refere a um ramal único, de 10 km, que beneficiaria parte restrita do município.

A frustração é ainda maior porque o traçado original foi reduzido para cortar custos.

A obra foi lançada em evento em 2011, com a presidente Dilma, mas até hoje nem a forma de financiamento foi definida.

Dilma rejeitou no mês passado a proposta do município, governado por José Fortunati (PDT), de bancar R$ 2 bilhões. Disse à época: "Se eu ficar dando recursos a fundo perdido para todo mundo, não vou ter fundo perdido para dar." Ainda não há previsão nem sequer de quando a licitação será feita.

Em Curitiba, a troca de comando na prefeitura, no começo do ano, levou a uma reavaliação de todo o projeto.

A pedido do prefeito Gustavo Fruet (PDT), um grupo estudou o que havia sido anunciado e concluiu que os custos estavam subestimados.

O previsto em 2011 era uma linha de 14 km ao valor de R$ 2,3 bilhões. Os novos estudos apontam o dobro, em parte devido a um prolongamento da linha. Também não há prazos definidos.

Se as duas capitais do Sul tentam superar obstáculos para começar de vez a construção, em Salvador a dificuldade é inaugurar uma obra que se arrasta desde 1999.

O metrô de Salvador nunca transportou nenhum passageiro e já foi alvo até de CPI. Neste ano, teve sua responsabilidade transferida da prefeitura para o Estado.

Com seis estações prontas, a nova promessa é deixar a linha inaugural pronta a tempo da Copa do Mundo.

"É preciso envolver todas as esferas e firmar um compromisso de que, independentemente de quem ganhe as eleições, haverá projeto", diz o engenheiro Miguel Bahury, ex-presidente da Metrô-RJ e consultor em transportes.



ENTENDA OS MEIOS DE TRANSPORTE
Metrô
É o veículo com maior capacidade de transporte: leva 80 mil passageiros por hora em um sentido
As desvantagens são o preço de construção (R$ 500 milhões por quilômetro linear na cidade de São Paulo) e o tempo mais longo da obra

Monotrilho
É um trem sobre trilhos elevados. Transporta até 48 mil pessoas por hora, segundo o Metrô de SP
O custo da construção é elevado (R$ 200 milhões o quilômetro linear) e traz o risco de degradar o entorno de onde passa por circular em pilastras suspensas

VLT
Sigla de "veículo leve sobre trilhos", é a versão contemporânea dos antigos bondes, sem o barulho
Pode transportar 40 mil passageiros por hora. O VLT da Baixada Santista custa R$ 60 milhões/km e sua capacidade é de 7 mil passageiros por hora

BRT
Apesar da sigla em inglês ("bus rapid transit" ou ônibus de trânsito rápido), é uma invenção brasileira
Nasceu em Curitiba, nos anos 70, a ideia de criar corredores segregados e estações onde se paga antes entrar no ônibus
Comporta 30 mil passageiros por hora e custa R$ 40 milhões por metro linear

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Prefeitura faz consulta para viabilizar metrô curitibano

07/05/2013 - Prefeitura de Curitiba

A Prefeitura de Curitiba anunciou nesta terça-feira (07/05) que vai lançar um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para convocar interessados em aprofundar os estudos para implantação do metrô e apresentar alternativas para um projeto mais consistente do que o existente atualmente. O PMI – instrumento legal de consulta pública do mercado previsto na Lei das Parcerias Públicos Pivadas (PPPs) – é uma tentativa de viabilizar o metrô curitibano, cujo projeto foi considerado falho pelo relatório da comissão de revisão instituída no inicio do ano pelo prefeito Gustavo Fruet.

Entre outras inconsistências, a comissão apontou custos subestimados, projeção de demanda de passageiros superestimada e inadequação dos métodos construtivos sugeridos.

O PMI estabelece um prazo de 90 dias para que empresas interessadas em realizar estudos complementares sobre o metrô proponham um projeto. Estes estudos serão analisados por uma comissão técnica da Prefeitura. Se forem considerados viáveis, o município deve lançar um processo de licitação da obra até o fim do ano.

"Em 90 dias queremos ter um projeto tecnicamente forte, ambientalmente sustentável e financeiramente viável. Queremos que haja consistência, para dar à população segurança de que iniciaremos a obra sem o risco de uma futura paralisação", disse o secretário municipal de Planejamento e Gestão, Fábio Scatolin.

A ideia é fazer uma sondagem ampla, em âmbito internacional, em busca de propostas técnicas e financeiras que complementem o projeto original. O recurso da PMI visa acelerar o processo de decisão, já que o prazo para inclusão dos recursos federais de R$ 1 bilhão na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2014 termina no dia 30 de agosto.

Scatolin esclarece que a consulta não terá custos para a Prefeitura, pois a PMI propõe um "contrato de risco" para as empresas interessadas. "Se houver viabilidade técnica e financeira e o projeto for aceito e, numa segunda etapa, formos para um edital de licitação, a empresa vitoriosa irá reembolsar o autor do estudo. Caso o projeto não seja aceito, a Prefeitura não terá que pagar por ele", informa Scatolin.

O secretário também disse que O PMI visa uma revisão técnica e financeira do projeto original, mas estão descartadas mudanças no traçado do metrô, que vai da CIC até Santa Cândida. Ele afirmou também que não vê riscos de perda dos recursos já garantidos pela União.

Scatolin informou ainda que os custos para a construção devem aumentar, pois estão subestimados no projeto original. "Nós prevemos aumentos de custos, mas estamos estudando um aumento da participação da iniciativa privada e também vendo a possibilidade de o poder público aportar algum recurso a mais", disse.

Projeto original

O projeto original do Metrô, elaborado pela gestão anterior, prevê a construção em duas etapas independentes. A primeira consiste numa linha entre as estações CIC-Sul e a Rua das Flores, num trecho de 14,2 quilômetros, dos quais 2,2 quilômetros são em via elevada e o restante em via subterrânea. O estudo foi concluído e entregue ao Ippuc em 2010.
Parecer da Comissão de Revisão do Metrô, instituída em janeiro pelo prefeito Gustavo Fruet, aponta pontos falhos no projeto.

Entre as principais inconsistências estão o custo estimado, de R$ 2,34 bilhões, para o trecho de 14,2 quilômetros da fase 1 (CIC-Sul/Rua das Flores), que está defasado; a demanda passageiros, calculada em 470 mil passageiros/dia está acima do real; os sistemas construtivos propostos (Cut and Cover e NATM) são inadequados.

Além disso, o projeto não especifica como será feita a licitação e operação de dois trechos distintos, já que há uma segunda etapa prevista, até a Santa Cândida.